O ídolo do sertanejo universitário abre o jogo quanto à fama de pegador.
Nossa, se eu soubesse que tinha piscina, teria vindo para nadar.'' Calma, meninas. A esperança durou pouco. Nada de pouca roupa na hora das fotos. Tímido? Ah, dê 15 minutos de conversa e ele fica engraçado e muito falante. Inquieto até, pois Luan Santana, 19 anos, mega-ídolo do pop sertanejo universitário no Brasil, provocador de histeria entre as meninas, mostra que está a toda num leve detalhe: sua perna direita não para de balançar, sapateando o solo.''E aquela mina, lá? O que você achou?'', ele pergunta a um amigo. E ouve de volta que a loirinha é ''gostosinha'' (não adianta, estamos entre garotos e o termo é esse mesmo). Ele concorda. Ao celular, Luan combina um encontro, tranquilizando a pessoa do outro lado da linha de que ele vai estar numa cidade vizinha dali a uns dias.
Essa é a vida desse jovem de 1,83 metro, nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul (onde vive com os pais), morador de hotéis, já que desde os 13 está tocando e não passa uma semana inteira de bobeira há muito, muito tempo. Em 2009 ele contabilizou 300 shows pelo Brasil.
Trocar de calça
''Quero trocar de calça. Essa ficou cheia de negocinhos...'', ele diz, ao sentar em um carpete branco que soltou fiapos em sua roupa escura. Luan não usa bota, nem chapéu de caubói, nem fivelas. ''Desde que comecei a cantar, eu me preocupo com isso. Pensei muito em qual seria a imagem que queria passar para as pessoas e procurei uma identidade que fosse diferente de todo mundo, que marcasse as pessoas'', conta. Ah, o cabelo é impecável. ''Eu mesmo arrumo. É rapidão. Uso cera para deixar ele assim'', explica.
Dá para imaginar um rapaz que acabou de passar por seus 18 anos e que não consegue dormir, mesmo de folga, em casa, antes das 6h? Dá, sim.
Apesar da vida agitada, os pais, Amarildo Santana, 40, e Marizete Santana, 37, não acompanham o filho o tempo todo nos shows, e sua vida é regrada muito pelo que experimenta na estrada.
''Não consigo dormir cedo, meu relógio biológico já acostumou a dormir às 6h, então até essa hora eu tenho de fazer alguma coisa. ''E o que faz pode ser jogar videogame, passando por chamar os amigos para ir a sua casa, até tomar um bom tereré, bebida com erva-mate típica de sua região.
O primeiro violão veio aos 2 anos, dado pelo pai. Ele ia lá, tentava acompanhar as músicas que ouvia nas rádios. E um gênero sempre presente era o sertanejo. ''Cantar música sertaneja foi natural, meus pais sempre foram apaixonados por aquelas músicas de raiz e na minha cidade o sertanejo é muito forte'', relembra.
Na escola, contou que era ''bagunceiro-escondido''. ''Minha mãe achava que eu era quieto.'' Mesmo agitando tudo no colégio e não gostando de estudar, ele também garante que era o primeiro da sala: ''O povo ficava bravo comigo, porque mesmo assim nas provas eu só tirava de 9 para cima''.
Como os mais fanáticos sabem, Luan teria sido biólogo ou publicitário, se não tivesse enveredado para a música.
Fazendo a própria balada
Como começou cedo na estrada, não teve as mesmas experiências que seus amigos. Nem para a balada ele saiu muito. ''Quando essa fase ia iniciar, comecei a fazer shows, então ficava impossível. Na verdade, a galera que ia para balada, ia para ver meu show!'', diz.
Mas Luan se diverte, sim, após os shows. E sai com fãs, sim: ''Não vejo problema em ficar com fã. Às vezes, quando uma menina me interessa eu peço para a produção perguntar o nome dela e levá-la até o camarim para a gente se conhecer'', conta.
E bebe, sim, mas garante que numa boa. ''Já fiquei bêbado, mas nunca bebi a ponto de passar mal, vomitar. Fiquei meio alegre, tonto. E, quando começo a ficar tonto, já paro, tomo uma água, porque, se continuar, eu caio.''
Com habilitação para dirigir recém-tirada, ele garante que passou logo no primeiro exame, pois é bom aluno. Tem um carro conversível, mas nem usa muito, pois está sempre na estrada.
E revela que, no início, como era muito jovem, protegeu-se do assédio da única maneira que sabia: trancando-se no quarto, isolando-se. ''Mas aí eu pensei que lutei para conseguir o sucesso, para chegar a este ponto, e muita gente gostaria de estar no meu lugar. Hoje sei lidar 'de boa' com isso.''
Gatão pegador
Luan é um sucesso entre as garotas. Fato. Atualmente solteiro, ele tem suas preferências e diz abertamente. ''Não gosto de mulher muito magra, muito (ele mostra o dedo mindinho), corpinho de modelo, sabe? Gosto de mulher gostosa, entendeu?'', pergunta.
Ele diz que o sucesso com as meninas não é de hoje, já vem de tempos. ''Na escola eu fazia sucesso também, era pegador'', conta sem ficar vermelho. No auge da juventude, Luan tem suas teorias sobre o que seria um pegador e um ''galinha''.
Ele não é a segunda definição. ''Sou normal'', diz, revelando que o relacionamento mais longo que teve durou um ano e um mês. Na estrada há muito tempo, perdeu a virgindade aos 16. Foi com uma namoradinha da época. Achou estranho. ''Porque foi a primeira vez, em um lugar que também não era muito normal'', revela. Onde? ''Minha mãe vai ler, não posso contar muito! Só posso dizer que o lugar era estranho e que corria o risco de alguém ver!'', diz aos risos.
Ele não vive sem videogame
Não importa se ele vai ficar na estrada uma semana ou um mês, duas coisas não podem faltar em sua mala: o notebook e seu PlayStation 3. Ele nem usa muito o computador, que geralmente serve para twittar. ''Mas não sou viciado!'', afirma.
O vício fica mesmo para os games, inseparáveis (na estrada, nos hotéis, em casa...), sendo os preferidos, atualmente, Assassin's Creed II, Call of Duty Modern Warfare 2, além de jogos de futebol.
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